quinta-feira, 25 de junho de 2015

O poder das mães


Não me considero feminista. Claro que concordo que  mulheres e homens têm direitos iguais e não acho justo homens ganharem mais que mulheres quando fazem os mesmos trabalhos, ocupam os mesmos cargos ou desempenham as mesmas tatefas. Também não acho correto certos "direitos" que são dados aos homens enquanto outros determinados "deveres" são previstos às mulheres. Mas não pretendo aqui fazer nenhum manifesto feminista, apenas gostaria de refletir sobre o poder das mulheres, o "sexo frágil", notadamente no aspecto relacionado à maternidade.
Indiscutivelmente uma mulher não se torna mãe sozinha e o papel do pai vai muito alem da concepção, mas...vamos começar do começo.
A mulher carrega o filho 9 meses na barriga, encara um parto, enfrenta os desafios da amamentação. Eu sei, tudo isso é "apenas" uma questão biológica, mas...transformadora. Traz empoderamento para a mulher, mostrando sua força, coragem e determinação. E até  as mais desavisadas percebem a força que têm. 
Se gerar e parir são grandes desafios, criar e educar não ficam atrás. E é aqui que eu gostaria de focar. Na educação de nossas crianças. Já perceberam que se conseguirmos criar bem nossos filhos, dando limites,  ensinando a importância do respeito ao próximo e passando valores como honestidade, solidariedade e fraternidade, além, claro, de ensiná-los sobre o amor (a ele e ao próximo) somos capazes de mudar o mundo? Sim, porque educação e valores determinam quem somos e nós, mulheres, mães, dos 4 cantos do mundo estamos educando os homens e mulheres do futuro. Líderes,  governantes, mas acima de tudo pessoas que juntas podem transformar a humanidade. Crianças que poderão ter o orgulho de participarem da construção de um mundo melhor, mas também terão o privilégio de usufruirem dessa conquista. 
Sei que esta reflexão pode ser apenas uma teimosa fé em um futuro melhor, mas acima de tudo deseja ser algo mais do que só esperança, deseja ser um despertar da consciência do nosso poder, buscando cumprir nosso papel transformador com coragem e determinação. E com isso, poder sonhar com um mundo melhor para nossos filhos.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Como ensinamos nossos filhos a gostarem de ler


Meus filhos são realmente bons leitores. A Julia está com 17 anos e o Daniel com 14 e considero que eles leem muito. Só para ter uma idéia, em 2014 eles leram, cada um, em torno de 30 livros. E sempre foi assim. Exatamente por isso, sempre me perguntam como eu fiz para os meus filhos gostarem tanto de ler e com a publicação dos contos da Julia essa velha pergunta tem "pipocado".
Minha resposta continua a mesma: não sei e essa é a mais pura verdade. 
O que posso dizer é que sempre li pra eles (desde sempre) e passear em livrarias divertidas sempre foi um dos programas da família (e um dos favoritos das crianças). Outra coisa que costumo fazer é conhecer os livros antes de "apresenta-los " às crianças. E acho que elas se interessam mais por textos ritmados e figuras coloridas (parece chamar a atenção). Também acho que demos o exemplo. Sempre lemos e quando as crianças eram pequenas estudávamos muito porque fizemos mestrado e doutorado com elas ainda bem pequenas. Então, elas cresceram nos vendo rodeada de livros.
Como vocês podem notar não tem segredo algum. Nada do que já estejamos cansados de saber. Ler para elas, dar livros apropriados para a idade e dar o exemplo. Talvez o "pulo do gato" esteja na intensidade e na verdade, pois  realmente adoramos livros e sentimos um prazer enorme em ler para eles e nos divertimos muito juntos quando estamos com um livro na mão. 

Imagem: disneybabble.uol.com.br

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Filhos, ter ou não ter? Eis a questão


Hoje o Vinicius está fazendo 1 aninho e eu fico pensando como minha vida mudou no ultimo ano. Do dia-a-dia  corrido do trabalho para uma rotina que não te permite ter hora pra dormir ou acordar, um dia-a-dia em que você almoça ou vai ao banheiro apenas se tiver um anjo para te ajudar, onde tomar banho e lavar a cabeça é um luxo e que fazer algo pra você se torna quase impossível.
Uma doação e dedicação que só quem é mãe entende a intensidade. E então eu fico pensando, quem não é mãe, quem não tem filho, o que deve pensar das pessoas que os têm?
Analisando racionalmente  fica fácil entender como tantas pessoas hoje optam por não ter filhos. Provavelmente, mães são ET's que desceram na terra com a missão de perpetuar a humanidade. Confesso que me  sinto meio "de outro planeta" quando percebo aquele olhar de espanto (e até reprovação) quando falo que tenho três filhos. Coisas de seres de outro mundo, não para pessoas comprometidas com o sucesso, com a carreira, com a liberdade, com a prosperidade. Afinal, além de todos os aspectos pessoais ainda existe o aspecto financeiro. Há pouco tempo vi uma pesquisa que estimava em 1 milhão de reais o investimento necessário para criar um filho. UM. Devo ser muito rica pra ter três!!
E esse também é  um dos principais argumentos para as pessoas que  têm apenas um filho  dizerem que vão ficar apenas com um porque não conseguiriam criar dois. Será mesmo que não? Será que a criança precisa ter os melhores brinquedos e no maior número possivel? Será que não seria interessante ensinar o filho a dividir? Será que ter um companheiro pro resto da vida (sim, porque é nossa família e nossos irmãos que, a princípio, estarão conosco pro que der e vier) não justificaria "tal investimento"? Sei que coisas essenciais como saúde e educação não são luxo e estão longe de serem baratas, mas será que precisa ser assim tão racional?
Analisando bem, acho que está aí a resposta. Na racionalidade. Se a gente for pensar, raciocinar demais, filhos só irão tirar nossa liberdade, apenas minarão nossos sonhos de viagens, carro do ano, entre outras coisas que o dinheiro pode comprar.
Por outro lado, você não terá e nem experimentará o prazer da doação (e o crescimento pessoal que isso nos traz) não vivenciará o que não é vendido por aí, entre eles conhecer o amor mais intenso, despretensioso e verdadeiro do mundo.
E hoje, mesmo com toda essa entrega, sacrifício e dedicação o meu sentimento é todo de amor e gratidão por mais esse presente do destino.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Porque hoje é dia dos namorados...


Resolvi fazer este blog pra falar das minhas paixões: maternidade e filhos, viagens e arquitetura e decoração. Mas hoje queria falar de um outro amor imenso - meu anjo da guarda. Um ser humano incrível, lindo, que me faz rir, me protege e cuida de mim. Uma pessoa simples, inteligente, cheia de valores lindos e ainda uma das criaturas mais humildes que já conheci. Esse ser especial é o melhor pai que poderia dar para meus filhos e um marido maravilhoso que não mede esforços pra me fazer feliz e realizar os sonhos dos nossos filhos. Um verdadeiro companheiro que divide as tarefas com as crianças e preenche todo o meu coração e mesmo com quase 25 anos de convivência vive me surpreendendo.

É, nossa história é longa. Já vivemos muitas aventuras. Já rimos e choramos, mas o mais importante, sempre dividimos tudo juntos. Porque nossas vidas são assim, tudo junto e misturado e eu já nem sei mais o que é meu e o que é dele, mas reconheço de longe (mesmo sem enxergar direito) o que é nosso. 
Te amo muito! Ao infinito e além.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Diferenca de idade entre filhos - Os desafios de ter outro filho depois de tanto tempo...


Muitas pessoas me perguntam como é ter filhos com tanta diferença de idade.
A primeira impressão que tenho é que ter um filho é sempre a mesma coisa, mas por outro lado sinto que é sempre uma experiência única.
Acho que a diferença de idade torna tudo muito mais tranquilo do que ter dois filhos cronologicamente próximos. Fico imaginando como seria complexo ter um recém nascido e outro no desfralde, ou amamentando um e tirando a mamadeira de outro, entre "n"outras possibilidades.  Eu admito que para mim seria um pouco mais difícil porque eu acabo me estressando quando estou fazendo algo importante e outra tarefa também importante precisa ser feita. Situação nada improvável quando se é mãe de dois ou mais pequenos.
Acho que mesmo quando tive os meus dois primeiros que têm uma diferença de 3 anos e 3 meses foi mais complicado do que agora porque os dois ainda precisavam muito de mim e exigiam ao mesmo tempo muita atenção e cuidados. Sempre falo que um dos maiores desafios que já enfrentei enquanto mãe foi quando a Júlia, minha filha mais velha, começou a estudar pela manhã e o Daniel continuou à tarde. Que loucura! Sofro só de lembrar. Minha vida virou uma correria. Não conseguíamos mais almoçar juntos, eu virei mãetorista e carregava as crianças para natação, música, inglês, o dia todo e ainda precisava arrumar tempo para trabalhar.
Hoje meus filhos mais velhos têm 17 e 14 anos. São (quase) totalmente independentes, e por isso posso me dedicar quase que exclusivamente ao meu pequeno, que como todo bebê me exige uma atenção enorme. Costumo brincar que tenho um filho mais velho, um filho caçula e um filho único, e apesar de soar meio louco acho que é realmente mais ou menos isso que acontece. Falar que não existe conflito de etapas seria mentira. Meu atual desafio  é tornar harmônica e gostosa para todos uma casa com um adolescente guitarrista e roqueiro, uma vestibulanda estressada e um bebê que precisa ter garantido o direito de um sono tranquilo e paz para suas descobertas.
Mas como tudo na vida, sempre temos o outro lado da moeda. O complicado da história agora é que exatamente por não dependerem mais de mim eles acabam sendo um pouco privados da mãe. Me dedico quase que exclusivamente ao Vinicius e eles vão se virando. Por sorte minha eles se viram super bem e levam suas vidinhas quase sem mim, mas eu ando sentindo bastante falta e tenho tentado melhorar um pouco isso com alguns mimos especiais como a comida predileta, saidas só com eles e um boa noite prolongado na hora de dormir. Carência muito mais minha que deles. Óbvio!

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Dia-a-dia do estudante na Austrália


Uniforme de inverno

Eu adoro conhecer países e novas culturas, e por isso convidei a Débora (amiga e antiga vizinha) para contar um pouco sobre a experiência dela e da família na Austrália. Já tem 8 anos que eles moram em Adelaide e ela escolheu começar contando sobre o dia-a-dia do estudante por lá. Me lembro que quando eles se mudaram nossos filhos eram colegas e estavam no segundo ano do Ensino Fundamental. Hoje, a filha mais velha da Débora, a Ana Luiza, já está na Faculdade. Isso quer dizer que ela já conhece bastante o dia-a-dia de estudante por lá. Eu adorei conhecer um pouco do da rotina deles e espero que vocês também gostem.

"Aqui como estamos no hemisfério sul o ano letivo também começa em janeiro, mais precisamente depois do Australian Day. Tem hora que me sinto num filme americano, como no dia do Formal (Prom, como chamam na America) da minha filha mais velha, ou no Sports day onde eles competem pelas “casas”, como no filme do Harry Potter, ou mesmo aos sábados pela manhã quando vou levar a minha caçula para o esporte e até parece jogo de campeonato, vários pais/avós/tios/irmãos lá torcendo. Eles levam as cadeiras de armar, colocam na beira do campo e muitos ficam tomando aquele cafe take away que compram no caminho para escola, aquele mesmo que vemos os policiais nos filmes americanos tomando dentro do carro. Aqui tem esporte que é praticado no inverno e outros que são só de verão. Tem uns esportes dos quais nunca havia ouvido falar na vida, dentre eles netball, softball, cricket, footy, badminton e outros mais. Mas como já  fazem quase 8 anos que estamos aqui tem coisas que passamos a incorporar e só se pararmos para pensar é que vemos a diferença entre aqui e o Brasil. Um exemplo disso é o uniforme, mais o de inverno que o de verão. O de inverno tem blazer e gravata, inclusive para as meninas...e elas tem que chegar e sair da escola com o uniforme completo e bem alinhado pois tem que manter o nome da escola. Elas aqui só chamam os professores pelo sobrenome e colocam o Sr ou Sra na frente.

Aqui a aula começa às 9:00 e termina as 15:40, mas as atividades extra curriculares sao oferecidas antes e depois do horário escolar. Minha caçula adora aproveitar todas as oportunidades que tem, daí este ano está fazendo cross country, aeróbica, discurso, coral, faz aulas de flauta e violão, toca em uma banda com mais 3 colegas, softball no verão e futebol no inverno e future problem solving *, que é um tipo de competição onde os estudantes desenvolvem soluções lógicas para assuntos diversos.

A escola também oferece vários tipos de programas para desenvolver a pessoa como ser humano. No ano 10 e 11 os alunos tem a oportunidade de participar de um tipo de “retiro”, não sei bem se a palavra seria essa...enfim, são programas em que eles podem ir para a India, Cambodja, Vietnam e Timor Leste para ajudar em orfanatos, ensinar inglês, cuidar das crianças etc, Também têm a oportunidade de ir para comunidades aborígenes (os indios daqui) para aprenderem sobre a cultura deles, e dormem em barracas. Essa comunidade fica no norte do país em uma região mais deserta. Outro programa que eles ficam contanto os dias para chegar é o de intercâmbio para quem faz outras línguas, como o indonesiano, chinês, italiano e frances. Eles vão e ficam 3 semanas morando na casa de locais que tem filhos na mesma idade deles e vão para a escola com eles...geralmente as escolas são chamadas escolas “irmãs” e depois nas férias de lá é a nossa vez de receber os estudantes internacionais na nossa casa. Uma vez recebemos uma japonesa de 13 anos por 1 semana, achei que seria fácil nos comunicarmos pois eu tive muita dificuldade em aprender o inglês, mas meu Deus que dificuldade e que diferença cultural, a começar pela forma de tomar banho deles....mas essa é uma história loooooooooooonga que tem que ser contada a parte.

Nao gosto nada de escrever mas atendendo ao pedido da minha amiga resolvi contar um pouquinho como é o dia a dia do estudante por  aqui. Outra hora conto sobre a universidade, experiência nova que estamos tendo este ano pois a minha filha mais velha começou a tão falada “UNI life”. 



Formal Day! Detalhe para a flor no braço das meninas...presente que o date dá.


Competição de aeróbica este ano.




Obrigada, Débora! Adorei conhecer o dia-a-dia de das meninas. Ufa! como a Marcela consegue fazer tanta coisa? Vamos esperar ansiosas pelo próximo texto da "UNI life"
Beijos



*ta ai no wikipedia: 'Future Problem Solving Program International'- (FPSPI), formerly known as the Future Problem Solving Program (FPSP), aims to "engage students in creative problem solving". Founded by Dr. Ellis Paul Torrance in 1974, FPSPI was created to stimulate critical and creative thinking skills and to encourage students to develop a vision for the future. FPSPI features curricular and co-curricular competitive, as well as non-competitive, activities in creative problem solving. 
The Future Problem Solving Program International involves over 250,000 students annually from Australia, Canada, Hong Kong, Japan, Korea, Malaysia, Portugal, New Zealand, Russia, Singapore, Great Britain, Turkey, India and the United States.