Depois de um atraso no vôo para Faro por causa
de um forte nevoeiro, os dias em Portugal não poderiam ter sido (para a
felicidade de todos) melhores. Lindos dias de sol!! Um pouco mais frio do que
gostaríamos mas, de qualquer forma, bem mais quente que a chuvosa e ventosa
Inglaterra. Então, saldo super positivo no quesito clima.
A Estrada Faro-Lisboa é muito boa, bem vazia,
quase deserta e corta todo o Alentejo.
O Sul de Portugal tem uma densidade demográfica bem
menor que o Norte e na estrada praticamente não se vêem cidades e pessoas. Movimento somente nas áreas de servico (local onde tem posto de gasolina e restaurante, mais ou
menos de 40 em 40 km). Em menos de 3 horas (com uma rápida paradinha) chegamos
a Lisboa.
O hotel que ficamos, HF
Urban, é bem localizado (quase na praça Marques de Pombal), tem um staff bem
simpatico, um bom café da manhã e, principalmente, um quarto família beeeem grande
que nos acomodou confortavelmente.
Logo que chegamos ao hotel já saimos para explorar a
cidade. Descemos pela rua da Liberdade, andamos um pouco pelo Rossio, passamos
pela praça dos Restauradores e curtimos o pôr do sol na praca do Comércio.
Adorei o arco emoldurando a estátua e o mar…
Nos animamos a
subir até o convento do Carmo. Lindo! Fiquei encantada! Como li no blog da
Patrícia do Turomaquia fiquei saboreando aquela igreja “que não tinha
teto, não tinha quase nada, mas que era tão poderosa e magna, que o que lhe
faltava não lhe fazia falta!” Exatamente isso, mágico, deslumbrante,
encantador, com uma força difícil de compreender...
Do Convento do Carmo seguimos para o Bairro Alto
na esperanca de comer um recomendado bacalhau no restaurante Bota Alta, mas não
sei se chegamos tarde demais para o almoço ou demasiado cedo para o jantar, o
fato é que o restaurante estava fechado...SNIF..e tivemos que procurar um outro
lugar para comer. No caminho encontramos um local charmosinho mas que ficou
longe de matar nossa vontade de comer um bom bacalhau português. Na verdade,
como já está virando tradição, comemos mal e caro. Digo tradição porque não sei
se pela euforia da chegada ou pela ansiedade de provarmos uma delícia local ou talvez, simplesmente, por deixar de raciocinar na hora que a fome aperta, o
fato é que sempre damos “azar” na escolha do primeiro
restaurante de nossas viagens.
O dia já estava terminando mas ainda deu tempo de
fazermos um “pit stop”na confeitaria Marquês de Pombal para tirarmos o “atraso”na
sobremesa....
No segundo dia acordamos cedo, pegamos o metrô
para a estação Oriente e fomos conhecer a parte mais moderna de Lisboa: o Parque das
Nações e o Oceanário. A estação de metrô por si só já é uma atração, como de costume nos projetos do arquiteto Santiago Calatrava
Saindo da estação passamos pelo shopping Vasco da Gama e caminhamos para o
Oceanário. As crianças amaram! Aliás, não só as crianças, nós também adoramos!
Esquecemos o tempo e nos deixamos levar pela paz que o lugar trás.
Resultado, ao final do passeio a Júlia decidiu que queria ser um
peixe mas como isso é um pouco difícil ela se contentará com um aquário, bem
grande, no quarto...
Do Oceanário pegamos o teleférico e voltamos a
pé para o shopping pois já passava da hora de almoçar.
Depois de quase 2 horas sem turistar, voltamos
para o centro e ficamos flanando. Na verdade, até tentamos chegar no Castelo de
São Jorge, chegamos a subir bastante, mas tinha muita obra e acabamos
desistindo com a promessa de que voltaríamos no outro dia a bordo de um electrico
(bonde).
Para recompensar nossos pezinhos sentamos para
um chopinho e uma tosta na pastelaria Suica, além, é claro, de levar alguns docinhos
para saborear no hotel.
No terceiro dia em Lisboa acordamos,
tomamos um café reforçado no hotel e
fomos para a Praça do Comércio pegar o bonde para Belém. O dia estava
lindo e o céu e o mar azuis
contrastavam com as construcões claras da torre, do Mosteiro dos
Jerônimos (patrimônios da humanidade) e do Memorial do Descobrimento. Não sei
se foi o costume com os dias cinzentos da Inglaterra, mas sei que achamos o
azul do céu e do mar de Portugal mais azuis do que o normal…
Descemos no Memorial do Descobrimento, onde
Pedro Alvares Cabral saiu em 1500 e "descobriu" o Brasil. De lá caminhamos até
a Torre de Belém que foi construída para proteger a cidade na época do rei Dom
Manuel.
A gente sempre fica com aquela dúvida: Entra?
Não entra? Ainda bem que entramos.Tanto na torre quanto no Mosteiro os
detalhes são maravilhosos.
O mosteiro tem um estilo manuelino característico da arquitetura portuguesa.
O almoço não foi grande coisa, mas os pastéis de
Belem fizeram jus a fama. Quentinhos, crocantes, únicos.
Como tinhamos nos comprometido no dia anterior,
saímos da pastelaria e pegamos o bonde rumo ao castelo de São Jorge, onde curtimos
um pôr do sol em um dos maravilhosos “miradouros” de Lisboa.
Sempre que falávamos em Portugal
pensávamos (eu e o Dani) na festa para o paladar. Muito bacalhau (adoramos) e
nos benditos doces. Já sabíamos que a farra seria boa mas hoje superou qualquer
previsão. O abuso foi total!
Alugamos um carro na Europcar e comecamos o dia
com uma caminhada por Cascais, distante uns 20 minutos de Lisboa.
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Boca do inferno |
Andamos pela marina até a Boca do
inferno e subimos para Sintra. Chegando
lá fomos direto para o palácio da Pena.
Difícil de descrever, impossível de definir. Uma extravagância muito
estilosa com um parque fantastico nos arredores.
Até aqui tudo bem! Caminhamos
muito, subimos muita escada, nos exercitamos bastante. É até bom lembrar este
começo de dia para apaziguar a consciencia porque a partir daí foi uma
extravagância atrás da outra…
Do Palácio descemos para o centro
de Sintra e como já estávamos famintos comecamos a procurar pelo restaurante
Tulhas (mais uma dica da Patrícia do Turomaquia). Rapidamente encontramos (É
bem perto do centro de informacões turísticas e um dos donos estava
distribuindo folhetos e convidando as pessoas na rua) e a festa começou.
O restaurante é pequeno e aconchegante. No início ganhamos doses de Moscatel de
Setúbal, um licor típico feito de uva. Eu e a Júlia fomos de bacalhau assado
com molho de azeite quente e alho francês que estava fabuloso, já os meninos
optaram por uma carne com molho de champignon, arroz e batatas que estava de
comer ajoelhado (óbvio que eu experimentei). A continha foi baratíssima (quase
metade daquele primeiro dia) e o sabor, inesquecível! Uma das boas razões para
não demorar a voltar para estas bandas…
Depois de darmos uma voltinha
pela cidade paramos na confeitaria Periquita para a sobremesa (travesseiro e
queijadinha) e um cafezinho. Rsss
Voltamos para o hotel (infelizmente as criancas não tinham mais forcas
para caminhar e desvendar a Quinta da Regaleira - mais outro motivo para
voltar) tomamos um banho, nos restabelecemos com um breve descanso e… rumamos
para o bairro Alto porque tinhamos uma reserva no Bota Alta, outro típico
restaurante familiar português. Mais
um bacalhauzinho (bacalhau real) e para fechar a noite um gelato de nata com
moscatel, chocolate e frutas secas….
Só de falar já estou me sentindo uns dois
quilos mais pesada.
De Lisboa descemos para o Algarve e da mesma forma que me senti super
em casa em Lisboa, chegando mesmo a matar um pouco a saudade do Brasil, quando chegamos ao Algarve continuamos sentindo algo familiar, mas com
uma pequena diferença: uma sensação como se estivéssemos na Inglaterra.
No hotel que ficamos só tinha
ingleses, saimos para almoçar e encontramos pub, fish and chips e até os jogos do
campeonato inglês sendo transmitidos. Canais do hotel? Ingleses. Barclays (nosso
banco da Inglaterra) por todos os lados. Parecia até que a lingua oficial era o ingles.
Precisávamos avisar que éramos brasileiros para as pessoas se comunicarem
conosco em português. Portuguese, please!!!!
As praias que conhecemos eram bem
bonitas, grandes e com areia à la brasileira e a maioria era cercada por falésias e penhascos, o que particularmente me encanta muito. A água muito transparente é de um azul
profundo e faz um belo contraste com as edificacões basicamente brancas. A arquitetura
barroca que lembra muito as cidades históricas de Minas era quebrada com um pouco da arquitetura moura.
Albufeira foi nossa escolha para montarmos base por ser uma cidade maior e com muitas opções de hotéis. Lá curtimos a praia da Falésia. Uma praia bem extensa e com areia (o que nos surpreendeu bem positivamente).
Começamos a explorar a região pelo
Cabo de São Vicente, também conhecido como o antigo fim do mundo. É bem interessante porque a forma brusca na qual o continente é interrompido e aquele horizonte azul com água e céu que não tem fim realmente nos dá a impressão de ser o fim do mundo. .
A fortaleza de Sagres é logo ao lado
De lá seguimos para Lagos, que é bem charmosa e boa para uma caminhada.
No outro dia seguimos rumo ao interior até Silves, cidade que já foi capital do reino árabe. As atrações são a Catedral de Silves, do século XIII e o Castelo dos Mouros. Apesar de termos nos afastado um pouco do litoral, achamos tudo bem perto e fácil. Aliás, essa facilidade foi a regra durante a viagem: boas estradas e bem sinalizadas.
Terminamos nossa viagem em Faro, a capital do Algarve.
Uma boa surpresa foram as praias. Acho que nenhum brasileiro espera muito de praia na Europa, talvez por isso elas tenham nos surpreendido.
Gostamos muito do passeio pois nos atendeu em todos os aspectos que consideramos importantes ao escolher uma viagem: belezas naturais, arquitetura, cultura e gastronomia.